Foto: Folha de Italva |
Em 1999, a Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro
(Faerj) realizou um estudo da produção cafeeira do Noroeste Fluminense e
descobriu que a principal deficiência do setor era a comercialização
dos produtos. Os cafeicultores, a maioria agricultores familiares, com
produção artesanal, não tinham estrutura para atingir o padrão de
qualidade que o mercado externo exigia, e o café era vendido a baixo
preço.
Essa realidade foi deixada para trás na tarde de 29 de janeiro, numa
solenidade em Varre-Sai que marcou o início de uma nova era para a
cafeicultura fluminense. A Coopercanol, primeira cooperativa de café do
estado, recebeu R$ 1,5 milhão do Banco do Brasil para sua
reestruturação. Os recursos, oriundos do BNDES e não reembolsáveis,
serão aplicados na aquisição de máquinas de rebeneficiamento do café e
capacitação dos produtores.
A estrutura permitirá que o café de boa qualidade produzido na região
já saia da cooperativa selecionado e classificado para exportação ou
venda nos mercados consumidores de alto padrão. Para o secretário
estadual de Agricultura, Christino Áureo, a união de parcerias em prol
da cafeicultura promoverá um salto no setor. “A exportação dará mais
visibilidade ao café fluminense. E a revitalização da Coopercanol
beneficia diretamente os produtores de café, agregando valor ao
produto”, disse Christino.
Investimentos do estado somam R$ 1,2 milhão
A secretaria estadual de Agricultura (Seapec) tem desenvolvido ações
contundentes para desenvolvimento do setor. O Programa Rio Rural
investiu cerca de R$ 560 mil na instalação de 19 máquinas descascadoras
de café, doadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para
uso comunitário. Financiou também, através de subprojetos grupais, a
aquisição de sete secadores de café, ao custo de aproximadamente R$ 230
mil.
O apoio ao pequeno cafeicultor se complementa com as duas unidades
móveis de beneficiamento, compradas com recursos do Programa Rio Café
(Seapec), no valor de R$ 450 mil, que retiram as cascas, separando as
impurezas do café “em coco”. Os investimentos proporcionam maior
produtividade e mais qualidade ao produto final, aumentando o valor da
saca em 40%. Quando vendido para o mercado externo, o produtor ainda
ganhará entre 20 e 30% a mais.
“Estes equipamentos são importantes porque aprimoram a fase
intermediária da cadeia produtiva, gerando grãos com mais qualidade. A
Coopercanol fechará o processo com o rebeneficiamento, separando e
classificando os grãos. Vamos preparar o café para exportação” – afirma
Márcio Vargas, presidente da Coopercanol.
União de produtores potencializa a economia local
A região tem hoje cerca de 800 produtores de café, sendo 150
associados à Coopercanol. Neste ano, a diretoria pretende estruturar a
cooperativa, fazer contatos com exportadoras de café e aumentar o número
de sócios. “Sozinho, o pequeno produtor não consegue volume de
produção. Juntos podemos formar lotes com produto de qualidade, que
atenda ao mercado externo”, esclarece Vargas.
Fonte: Ascom-Rio Rural
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