terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cooperativa de cafeicultores de Varre-Sai recebe R$ 1,5 milhão para investimentos

Foto: Folha de Italva

Em 1999, a Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro (Faerj) realizou um estudo da produção cafeeira do Noroeste Fluminense e descobriu que a principal deficiência do setor era a comercialização dos produtos. Os cafeicultores, a maioria agricultores familiares, com produção artesanal, não tinham estrutura para atingir o padrão de qualidade que o mercado externo exigia, e o café era vendido a baixo preço.
Essa realidade foi deixada para trás na tarde de 29 de janeiro, numa solenidade em Varre-Sai que marcou o início de uma nova era para a cafeicultura fluminense. A Coopercanol, primeira cooperativa de café do estado, recebeu R$ 1,5 milhão do Banco do Brasil para sua reestruturação. Os recursos, oriundos do BNDES e não reembolsáveis, serão aplicados na aquisição de máquinas de rebeneficiamento do café e capacitação dos produtores.
A estrutura permitirá que o café de boa qualidade produzido na região já saia da cooperativa selecionado e classificado para exportação ou venda nos mercados consumidores de alto padrão. Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, a união de parcerias em prol da cafeicultura promoverá um salto no setor. “A exportação dará mais visibilidade ao café fluminense. E a revitalização da Coopercanol beneficia diretamente os produtores de café, agregando valor ao produto”, disse Christino.

Investimentos do estado somam R$ 1,2 milhão
A secretaria estadual de Agricultura (Seapec) tem desenvolvido ações contundentes para desenvolvimento do setor. O Programa Rio Rural investiu cerca de R$ 560 mil na instalação de 19 máquinas descascadoras de café, doadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para uso comunitário. Financiou também, através de subprojetos grupais, a aquisição de sete secadores de café, ao custo de aproximadamente R$ 230 mil.
O apoio ao pequeno cafeicultor se complementa com as duas unidades móveis de beneficiamento, compradas com recursos do Programa Rio Café (Seapec), no valor de R$ 450 mil, que retiram as cascas, separando as impurezas do café “em coco”. Os investimentos proporcionam maior produtividade e mais qualidade ao produto final, aumentando o valor da saca em 40%. Quando vendido para o mercado externo, o produtor ainda ganhará entre 20 e 30% a mais.
“Estes equipamentos são importantes porque aprimoram a fase intermediária da cadeia produtiva, gerando grãos com mais qualidade. A Coopercanol fechará o processo com o rebeneficiamento, separando e classificando os grãos. Vamos preparar o café para exportação” – afirma Márcio Vargas, presidente da Coopercanol.

União de produtores potencializa a economia local
A região tem hoje cerca de 800 produtores de café, sendo 150 associados à Coopercanol. Neste ano, a diretoria pretende estruturar a cooperativa, fazer contatos com exportadoras de café e aumentar o número de sócios. “Sozinho, o pequeno produtor não consegue volume de produção. Juntos podemos formar lotes com produto de qualidade, que atenda ao mercado externo”, esclarece Vargas.

Fonte: Ascom-Rio Rural

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