sábado, 18 de janeiro de 2014

Obama admite abusos sobre espionagem

Washington - Em um reconhecimento implícito de que os EUA espionaram líderes de países amigos, o presidente Barack Obama anunciou ontem (17) que os serviços de inteligência americanos não vão mais monitorar comunicações de chefes de Estado e governos aliados, a menos que esteja em jogo um claro objetivo de segurança nacional. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff considerou a promessa "um primeiro passo".
O anúncio foi uma resposta às revelações do ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden de que os EUA monitoraram pelo menos 35 dirigentes estrangeiros, entre os quais a presidente do Brasil e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Berlim disse ontem que as promessas de Obama são "importantes para restabelecer a confiança".
"Os líderes de nossos amigos e aliados merecem saber que, se eu quiser saber o que eles pensam sobre um assunto, vou pegar o telefone e ligar para eles, em vez de me valer de vigilância", declarou Obama no discurso sobre as reformas na atuação da NSA. Ele ressaltou que a NSA não deixará de coletar informações sobre as "intenções" de outros governos, da "mesma maneira" que serviços de inteligência de outros países. "Não vamos nos desculpar simplesmente porque nossos serviços podem ser mais eficazes."
A revelação da espionagem de chefes de Estado, de governo e de cidadãos estrangeiros abalou o relacionamento dos EUA com países aliados, colocando em risco a colaboração na área de inteligência e os negócios bilionários de empresas de tecnologia americanas, fontes dos dados transmitidos à NSA.
Em protesto contra a espionagem de suas comunicações, Dilma cancelou a visita de Estado que faria a Washington em outubro e defendeu que as companhias de tecnologia armazenassem dados de brasileiros em servidores instalados no Brasil.

Site: www.exame.abril.com.br

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