Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de
lei que destina 75% dos recursos dos royalties do petróleo para a
educação deve representar um incremento de R$ 210 bilhões para a área ao
longo dos próximos dez anos. A saúde também será beneficiada com o
percentual de 25%, o que equivale a R$ 70 bilhões.
Hoje, os
gastos com educação nos três níveis (municipal, estadual e federal),
ficam entre R$ 220 e R$ 230 bilhões por ano, o que equivale a 5,3% do
Produto Interno Bruto (PIB). O texto agora será submetido à aprovação do
Senado Federal.
Para Alberto Teixeira, professor da
Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Escola de Formação de
Governantes (EFG), o maior aporte de recursos por si só não garante
melhorias na Educação. “É o primeiro passo, mas não é o suficiente para
fazer politicas públicas que levem a uma educação de qualidade”, diz
Teixeira. “É preciso ter conhecimento e informação como instrumento de
controle social, para alimentar o processo de planejamento (da
educação)”. Para o professor, esses recursos deveriam ser aplicados em
políticas públicas integradas, entre as quais a educação.
O
orçamento do Governo do Estado para educação em 2013 é de R$ 2,2
bilhões, enquanto o do município de Fortaleza é de R$ 1 bilhão. Já a
previsão do orçamento da União para a área neste ano é de R$ 92.862
bilhões.
Inicialmente, o texto proposto pelo Executivo
destinava 100% dos recursos dos royalties à educação. Mas o plenário da
Câmara aprovou o texto substitutivo de autoria do deputado federal André
Figueiredo (PDT-CE) que reduziu esse percentual para 75%, destinando os
outros 25% para a área da saúde. Figueiredo ressalta que outras
mudanças em relação ao projeto original farão com que a educação receba
ainda mais recursos e em um prazo menor.
“Na forma original, o
projeto determinava, que num prazo de até dez anos, o valor acumulado
fosse de R$ 25 bilhões. Com as modificações esse valor passou para R$
280 milhões, o que é extremamente significante para que se atinjam as
metas do Plano Nacional de Educação (PNE)”, diz Figueiredo. O PNE prevê a
aplicação do equivalente a 10% do PIB na educação.
Segundo o
deputado isso será possível porque o texto do Executivo previa o uso de
royalties de contratos assinados a partir de 3 de dezembro de 2012, mas
com a mudança, ficou estabelecido que seriam utilizados os recursos
provenientes de contratos com “declaração de comercialidade” a partir
daquela data, nos modelos de concessão e partilha, antecipando assim o
recebimento das verbas.
Outra fonte de recursos para Educação
será o Fundo Social do Pré-Sal, criado pela lei que regulamentou a
exploração de petróleo nessa camada. De acordo com o texto substitutivo
de Figueiredo, em vez da destinação de 50% dos retornos de capital do
Fundo Social, serão aplicados 50% dos recursos do fundo, até que seja
atingida a meta do PNE, que deve somar cerca de 30 bilhões aos R$ 350
bilhões dos royalties. (colaborou Marcelo Andrade)
O Povo online