terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ao entrar numa casa noturna, saiba como verificar se o local é seguro

 O incêndio que matou mais de 230 pessoas em uma casa noturna no Rio Grande do Sul no domingo (27) levantou o alerta para todas as pessoas que se divertem em boates e demais estabelecimentos do gênero no Brasil: será que o lugar é seguro?
 
O G1 ouviu especialistas em segurança que contaram quais são as obrigações básicas de cada local e como um leigo consegue saber se essas regras estão sendo seguidas.
Por exemplo: como saber se a casa está com o alvará de funcionamento em dia, se está com os equipamentos de segurança corretos, se há rotas de fuga?

Veja abaixo respostas para estas e outras perguntas:

Alvará de funcionamento - documento emitido pela prefeitura, estado, bombeiros ou órgão específico de atuação de cada estabelecimento que dá permissão para o empreendimento atuar. Tem de ser afixado em local visível ao usuários

Saídas de emergências mostram a rota de fuga do local (Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Saídas de emergência - são obrigatórias, porém a quantidade e a posição onde devem ser colocadas são determinadas por uma avaliação técnica feita por um engenheiro ou arquiteto. Deve ser localizada imediatamente acima da porta centralizada a uma altura de 1,8 metro de altura medida do piso à base da sinalização.
Deve ser localizada de modo que a distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de, no máximo, 15 metros. A sinalização complementar de rotas de saída é facultativa e deve ser aplicada sobre o piso.

Sinalização mostra como acionar a porta corta-fogo (Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Porta corta-fogo - protege a saída de emergência, que não pode ter materiais inflamáveis. Para segurança, ela deve possuir uma barra “antipânico” como sistema de abertura. Só com a pressão das mãos sobre a barra a pessoa destrava e abre a porta. Deve ser usada em áreas que comunicam diretamente com as rotas de fuga.
É considerado um produto seguro, entretanto sua eficácia pode ser comprometida caso haja uso inadequado e se não passar por um teste de qualidade.

Sinalização indica onde está o equipamento (Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Extintores - são obrigatórios e devem ser checados uma vez por ano. Quem calcula a quantidade do dispositivo e onde ele deve ser instalado também é o especialista técnico. Segundo as normas do Inmetro, existem três tipos de fogo: o fogo gerado por combustíveis líquidos, por líquidos inflamáveis e por equipamentos elétricos. Cada extintor traz as suas especificações.


Dispositivo de extração de fumaça - são dutos no teto que ajudam na circulação de ar e na evacuação da fumaça, caso comece um incêndio. No entanto, o dispositivo não ´e obrigatório em todos os estados.

Placa mostra onde o alarme pode ser disparado (Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Alarme de incêndio com detector de fumaça - o detector de fumaça aciona automaticamente um alarme sonoro sobre a existência de um incêndio. Ele pode ser equipado ainda com um dispositivo de localização, que envia um sinal de emergência ao Corpo de Bombeiros.
No entanto, não é obrigatório em todos os estados; apenas o alarme de emergência manual, acionado por um botão.
 

Chuveiro automático para extinção de incêndio (Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Sprinkler (chuveiro automático para extinção de incêndio) - é uma rede instalada no telhado do prédio com diversos dispositivos com água, que devem ser acionados automaticamente, por meio da variação de temperatura.
Eles cobrem uma área de 10 m² a 14 m² e conseguem conter a fumaça e o calor logo no início, o que evita possíveis mortes por asfixia. No entanto, a obrigatoriedade vai depender da avaliação de cada situação.
 

Normas e recomendações
"O local é seguro se a casa noturna tiver alvará de funcionamento (que precisa estar exposto na entrada do local), saída de emergência, extintores, iluminação de emergência e sinalização de saída de emergência", diz o engenheiro civil e coordenador do CB-24 RS (Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio) da ABNT núcleo RS, Carlos Wengrover Rosa.
De acordo com ele, há outros itens de segurança que podem auxiliar na garantia de segurança para os frequentadores de casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. "Sistema de extração de fumaça e alarme de incêndio com detecção de fumaça já são obrigatórios em São Paulo e no Rio de Janeiro e poderiam ter colaborado com a segurança da boate [Kiss] no caso deste incêndio", afirma o coordenador da ABNT.
Segundo Gerardo Portela, doutor em Gerenciamento de Riscos da Coppe-UFRJ, para garantir a segurança das pessoas em estabelecimentos comerciais é necessário ir além das regras. "Se existem regras, elas precisam ser respeitadas, mas não só isso. É muito importante que, quando se falar em segurança, os responsáveis sigam muito além das regras, da legislação vigente. É preciso pensar preventivamente."
Wengrover Rosa diz que "apesar de todos esses cuidados adotados pelo frequentador da casa noturna, é muito difícil um leigo saber se o local é completamente seguro. Só mesmo uma pessoa técnica terá como afirmar isso. É por esse motivo que os alvarás de funcionamento, de combate a incêndio são importantes".
Para Portela, as pessoas precisam tentar manter a tranquilidade durante o incêndio e evitar pânico. Ele lista algumas ações que podem ser adotadas por quem está em um cenário de incêndio e sair ileso.

Fonte: Glauco Araújo e Carolina Lauriano Do G1, em São Paulo e do G1 Rio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário.