A Petrobras anunciou aumento de preços nas refinarias: 6,6% na gasolina
e 5,4% no diesel. Depois de oito anos sem reajustes nos postos, o
consumidor vai pagar mais caro pela gasolina e pelo diesel. Começou a
valer à 0h desta quarta-feira (30) o repasse.
O Sindicato Nacional dos Distribuidores de Combustíveis disse que a
alta na bomba será menor do que nas refinarias porque existem outros
componentes no combustível, como o etanol, que não teve o preço
alterado.
A Petrobras explicou que o aumento é para alinhar o preço do mercado
interno aos praticados no mercado internacional. Essa defasagem, segundo
especialistas, já trouxe muitos problemas para a Petrobras.
“A Petrobras perdeu cerca de R$ 32 bilhões nos últimos dez anos pelo
fato de estar defasado o preço da gasolina e do diesel. Compra gasolina,
compra diesel, por um preço no mercado internacional e vende aqui
dentro do Brasil mais barato. isso aí fez com que as perdas aumentassem
mais ainda”, diz Adriano Pires, especialista em energia.
Além do prejuízo, a Petrobras foi punida pelo mercado financeiro. As
ações da companhia caíram 51,5% nos últimos cinco anos, e isso tem
grande impacto na capacidade de investimento da empresa, que precisa de
muitos recursos para a exploração do pré-sal.
“A capacidade de investir tem muito a ver com a credibilidade que a
empresa transmite para o mercado, que vai emprestar esse dinheiro. Diria
que a Petrobras tem capacidade técnica para isso, tem os meios
materiais, humanos, tecnologia para isso, mas acho que, hoje, o grande
desafio da Petrobras, ou o que emperra hoje a Petrobras, é exatamente a
capacidade de se capitalizar para esse investimento”, afirma Davi
Zylbersztajn, consultor e ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo
(ANP).
A alta no preço dos combustíveis veio depois da redução nas contas de
energia. Não por acaso, segundo Pires. “O governo vai pegar a
oportunidade de reduzir a tarifa de energia elétrica para aumentar a
gasolina e o diesel e, com isso, ter um menor impacto na inflação”, diz.
Fonte: Jornal da Globo, por André Curvello-RJ
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